O salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 3.811,29, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
É este o valor necessário “para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência”, segundo a instituição.
O cálculo é feito com base no valor da cesta básica mais cara, atualmente a de Porto Alegre. A última pesquisa do Dieese mostrou queda em 20 capitais e alta em 7.
O salário mínimo “necessário” chegou a atingir R$ 4.026,17 em outubro, mas caiu todos os meses desde então, acompanhando a trajetória de queda da inflação.
Ainda assim, os R$ 3.811,29 de janeiro representam cerca de 4 vezes o valor do mínimo, reajustado de R$ 880 para R$ 937 desde a virada do ano.
Pela lei atual, o salário mínimo no Brasil é reajustado pela soma da variação do INPC (inflação para população de baixa renda) no ano anterior, acrescido da taxa de crescimento real do PIB dois anos antes.
Já que o PIB caiu em 2015 e 2016, o próximo aumento real ficará no mínimo para 2019 (se a lei não mudar nesse ínterim).
Em um vídeo, o economista Carlos Eduardo Gonçalves explica quais seriam as consequências práticas se um salário mínimo tão alto fosse estabelecido por lei:
“O que vai acontecer com a pessoa hoje empregada que ganha um salário baixo? (…) Você acha que elas vão continuar todas empregadas ganhando R$ 3.700 ou elas vão ser mandadas emboras porque a contribuição delas pro produto final da empresa não vale esses R$ 3.700?”.
Fonte: Exame